Você já ouviu que algumas lendas nascem do caos? Pois é, às vezes uma montadora decide quebrar todas as regras e criar algo totalmente inesperado, até mesmo para os fãs mais xiitas. Foi exatamente isso que a Dodge fez ao colocar o icônico motor 426 HEMI, conhecido como “Elefante”, dentro de uma simples picape. O resultado? Uma verdadeira aberração da engenharia automotiva, um monstro sobre rodas, que se tornou uma das máquinas mais raras e cobiçadas da história da Mopar.
E adivinha só? Isso tudo rolou em silêncio, sem fanfarra ou comerciais. Um projeto quase secreto feito para alegrar os pilotos de arrancada, os insiders da indústria e os apaixonados por velocidade. Sim, você leu certo: uma caminhonete Dodge D100 de 1964 com motor 426 Street HEMI saiu direto da fábrica!
Pronto para isso? O que você vai ler agora é mais do que só uma história sobre um carro. É uma verdadeira aula de ousadia, engenharia insana e, acima de tudo, de pura paixão automotiva.
Um Muscle Car em Pele de Picape
Você pode pensar que o 426 HEMI, feito para dominar a NASCAR, era exclusivo de Muscle-Cars como o Dodge Charger, Road Runner, Super Bee ou Daytona. Mas em 1964, a Dodge decidiu se jogar de cabeça e, ao invés de colocar o HEMI em um esportivo, escolheu uma picape: a D100.
Sim, uma picape de trabalho com o mesmo motor de um carro de arrancada! É tão improvável que, até hoje, gera debates acalorados entre os puristas da Mopar.
Dodge D100 HEMI: A Picape Que Nunca Deveria Existir
O modelo em questão era a Dodge D100 “HEMI” Custom Sports Special de 1964. Um nome longo, mas que reflete um veículo excepcional.
A D100 com motor HEMI não fazia parte de nenhum catálogo. Você não podia simplesmente entrar em uma concessionária e marcar um quadradinho com a opção “426”. Para isso, era preciso conhecer as pessoas certas e fazer um pedido quase clandestino, focado em pilotos de arrancada ou entusiastas que sabiam como driblar o sistema.
Dizem que a montagem era feita de forma handgefertigt na fábrica, aproveitando um programa interno de “Custom Sports Special” entre 1964 e 1967. Mas o motor 426 Street HEMI só entrava em unidades muito específicas — e raras!
Por Que a Dodge Fez Isso?
A resposta é simples: dominar as pistas. Nos anos 60, a Dodge estava obcecada por performance. Queriam vencer tudo, desde os circuitos da NASCAR até os campeonatos de arrancada da NHRA. O HEMI já era um craque nas pistas, e colocar esse motor numa picape leve era uma jogada de mestre — transformar um veículo de trabalho em uma besta de arrancada camuflada.
Pense bem: um veículo que parecia uma simples picape, mas que podia deixar muscle cars para trás facilmente! Isso era um plano grandioso, feito para criar burburinho entre os fãs da marca.
Quantas Unidades Foram Produzidas?
Agora, vem a parte que deixa todo mundo intrigado.
Estima-se que menos de 50 unidades da D100 com motor 426 HEMI foram fabricadas. Destas, apenas entre 11 e 30 existem com documentação confirmada. Isso significa que provavelmente só uma dúzia chegou realmente às ruas, tornando essa picape uma das máquinas mais raras da Mopar — talvez até mais que alguns Superbirds ou Chargers Daytona.
As Especificações da Fera
Curioso sobre os números? Confira essa ficha técnica de respeito:
- Motor: 426 Street HEMI V8
- Leistung: 425 cavalos
- Drehmoment: 690 Nm
- Essen: Dois carburadores Carter AFB de 4 corpos
- Streaming: Automática TorqueFlite 727 ou manual de 4 marchas
- Gewicht: Cerca de 1.800 kg
- Traktion: Traseira
Essa configuração tornava a D100 HEMI uma máquina extremamente rápida, ainda mais com o curto entre-eixos e a leve estrutura da picape. Você poderia sair do galpão de carga direto para o quarteirão mais rápido da cidade — e ainda fazer isso com a consciência tranquila!
Por Que a Dodge Nunca Repetiu Esse Feito?
A resposta é prática. Apesar de ser uma obra-prima de performance, a D100 com motor HEMI não fazia sentido financeiro para a Dodge. Veja só os motivos:
- Alto custo de produção: O 426 HEMI era caro para construir e ainda mais caro para manter. Feito para corridas, não para o dia a dia.
- Baixa usabilidade: A alta taxa de compressão e os carburadores complexos tornavam o motor impraticável para uso comum.
- Seguros e regulamentações: Na década de 60, o preço dos seguros para carros de alta performance disparou, enquanto as preocupações com emissões Es ist Effizienz começaram a aparecer.
- Modificações estruturais: Para encaixar o HEMI no chassi da D100, era preciso alterar suportes e a estrutura do veículo. Algo difícil de replicar em grande escala.
Por tudo isso, a Dodge decidiu seguir outros caminhos e continuar fabricando picapes focadas em desempenho — mas nunca mais ousou instalar um 426 HEMI de fábrica.
Quanto Vale Uma D100 HEMI Hoje?
Prepare-se para o choque.
Com menos de 50 unidades e pouquíssimas reconhecidas, achar uma D100 426 HEMI original é como procurar uma agulha num palheiro de ouro.
Quando uma dessas raridades aparece em leilão, o preço pode ultrapassar os 100 mil dólares com facilidade. E atenção: você terá que competir com colecionadores, museus e até celebridades.
Mas E se Você Quiser Uma D100 Normal?
Calma, nem tudo está perdido. Se você curte o design clássico da D100, ainda há muitas unidades de 1964 no mercado — e são bem mais acessíveis.
No lançamento, o preço base era de US$ 2.036. Hoje, o valor médio em leilão é:
(Fonte: Classic.com)
Não é um preço ruim para quem quer ter um ícone da Mopar sem precisar vender a alma! E com esse valor, você pode restaurar uma D100 e, quem sabe, até colocar um V8 moderno sob o capô, se quiser algo mais nervoso.
Outros Modelos Dodge Série D Que Valem a Pena
Acha que a Dodge parou por aí? De jeito nenhum! A marca sempre teve um histórico de ousadia, principalmente com a linha de picapes da Série D.
Confira alguns modelos excêntricos que merecem sua atenção:
1. Dodge D100 Adventurer (anos 70)
Com um foco no luxo, essa picape trazia interiores estofados, Chromdetails e uma intenção clara de se transformar em algo mais do que uma ferramenta de trabalho.
2. Dodge Warlock (1976–1979)
Parte da série “Adult Toys”, a Warlock era uma picape com visual customizado de fábrica, pintura especial e rodas cromadas. Sim, você podia comprar uma picape hot rod saindo da loja.
Por Que a Lenda Vive
Ainda hoje, a história da D100 HEMI de 1964 continua firme e forte — seja em fóruns de entusiastas, encontros de carros clássicos ou leilões internacionais.
Ela simboliza o que há de mais essencial na cultura automotiva: ousadia, criatividade e amor por velocidade. É a prova de que, com um pouco de imaginação (e muito torque), uma picape pode se transformar numa máquina de arrancada!
Se você, assim como eu, é fã de carros clássicos, sabe que não se trata só das especificações. Às vezes, o que realmente importa é a história por trás do volante.
Conclusão: Uma Picape, Uma Lenda
A Dodge D100 “HEMI” Custom Sports Special de 1964 não é só um carro raro; é um marco na história da Mopar. Um projeto ousado de uma época em que as montadoras podiam se arriscar com ideias malucas.
Essa história nasceu da crença de que a performance pode vir de qualquer lugar — até mesmo de uma caminhonete. E por isso, continua sendo reverenciada como uma das maiores anomalias automotivas já criadas.
Então, da próxima vez que ouvir alguém falar sobre muscle cars e motores HEMI, lembre-se: nem todos estavam sendo sentidos em Chargers ou Super Bees. Alguns, os mais especiais, estavam escondidos sob a carroceria de uma picape, prontos para surpreender o mundo.
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