Quando alguém menciona carros que fizeram história no Brasil, é impossível não lembrar do Chevrolet Chevette, né? Originado de um projeto internacional da General Motors e inspirado no Opel Kadett da Alemanha, esse carro conquistou milhares de corações brasileiros durante suas duas décadas de produção. Mais do que um simples carro, o Chevette virou um ícone da nossa indústria, deixando saudades e despertando a paixão de colecionadores até hoje.
Agora, imagine encontrar um Chevette SL 1985 vermelho com apenas 26 mil km originais à venda por incríveis R$ 95 mil. Esse não é só um carro usado, é um verdadeiro patrimônio sobre rodas. Quarenta anos de história estão guardados em cada detalhe, cada cromado e cada peça original que nos leva a uma época dourada do automobilismo brasileiro.
Neste artigo, você vai embarcar em uma viagem pelo universo do Chevette, descobrindo sua história, versões, curiosidades e entendendo por que ele ainda faz os corações acelerarem.
O nascimento de um clássico
Para sacar a importância do Chevette, vamos voltar aos anos 60. Em 1962, a GM começou a bolar um carro compacto para quem queria algo acessível mas sem abrir mão do conforto. Três anos depois, em 1965, após uma baita pesquisa e um investimento pesado de US$ 102 milhões, a Chevrolet anunciou o carro que mudaria tudo.
Esse valor incluía uma nova fábrica de motores em São José dos Campos-SP e até a modernização da linha de montagem. Assim, nascia um carro que prometia revolucionar o mercado brasileiro.
Com base no Opel Kadett, o Chevette chegou ao Brasil em 1973 com um design moderno, resistente e muito espaço interno. Seu porta-malas de 323 litros superava até rivais como o Dodge 1800/Polara e ficava colado no Ford Corcel.
Primeiros anos e inovações
Logo de cara, o Chevette se destacou com seu motor de 1.400 cm³, que rendia 68 HP a 5.800 rpm. Com só 870 kg, ele era ágil e tinha um desempenho de respeito para a época:
- Velocidade máxima: 140,6 km/h
- 0 a 100 km/h: 19 segundos
Além disso, o Chevette se tornou o primeiro carro nacional a ter comando de válvulas no cabeçote acionado por correia dentada, um marco tecnológico.
Disponível inicialmente nas versões Standard e SL (Super Luxo), ele rapidamente conquistou uma base de fãs diversa, abrindo caminho para uma família inteira de veículos.
Diversificação e edições especiais
O sucesso foi tanto que o Chevette ganhou várias versões, incluindo alguns clássicos como:
E as edições especiais foram o que realmente marcou a trajetória dele.
Chevette GP (1976)
Essa versão homenageava o Grande Prêmio do Brasil de Fórmula 1 e tinha faixas pretas e faróis de neblina.
GP II (1977)
Focada na economia, com melhorias no motor e carburador.
Visual 1978
Inspirado no Pontiac Firebird dos EUA, ganhou um design mais agressivo.
Edição Jeans (1979)
Um dos mais memoráveis, com interior em tecido azul e adesivos laterais.
Ouro Preto (1980)
Pintei de dourado e trouxe ignição eletrônica, sinônimo de sofisticação.
Automático (1984–1990)
Cápsula de câmbio automático de 3 marchas não fez tanto sucesso, mas estava lá.
Chevette SE (1987)
Acabamento caprichado e painel com conta-giros.
Chevette SL/E (1988)
Conforto que se adaptava ao padrão GM.
Chevette Júnior (início dos anos 90)
Versão simples e popular, com motor de 50 cv.
O Chevette SL 1985 vermelho: um sobrevivente impecável

Agora, só pra você pensar: um Chevette SL 1985 em estado impecável. Este, cuidado por um único dono por quatro décadas, é uma joia rara.
- Quilometragem: apenas 26 mil km originais
- Conservação: sem retoques de pintura
- Cromados: para-choques e frisos intactos
- Rodas: 13 polegadas originais
- Interior: plástico de qualidade, bem encaixados, sem rebarbas
O painel é minimalista, com velocímetro e alguns indicadores, e o “luxo” é um relógio analógico central que na época era tudo.
Debruçado sobre o motor 1.6 a gasolina de 68 cv (ou 72 cv a álcool) com um câmbio manual de cinco marchas, a experiência ao volante é super agradável. A suspensão macia garante um passeio tranquilo e confiável.
Com um valor de R$ 95 mil, isso não é só um carro de coleção, é a prova de que, com carinho, dá pra manter um clássico em estado novo após quatro décadas.
A despedida em 1993

A vida do Chevette não foi curta: foram 20 anos de produção e mais de 1,6 milhão de unidades vendidas. No dia 12 de novembro de 1993, saiu da linha de montagem o último Chevette: um Chevette L branco, 1.6 litro, marcando o fim de uma era.
Essa saída foi devido à chegada dos carros populares e às transformações no mercado, mas o legado do Chevette continua vivo.
Por que o Chevette ainda é tão valorizado?

Você deve estar se perguntando: por que um carro simples, com desempenho modesto e interior básico, ainda atrai tanto carinho dos colecionadores?
As razões são várias:
- Memória afetiva: muitos brasileiros tiveram um Chevette na família.
- Confiabilidade: mecânica robusta e fácil de manter.
- Variedade: versões para todos os gostos.
- Estilo: linhas equilibradas que permanecem atemporais.
- Exclusividade atual: poucos exemplares ainda em ótimo estado.
Não é à toa que em encontros de carros antigos, o Chevette sempre brilha!
Conclusão: mais que um carro, um pedaço da sua história

Ao mergulhar na história do Chevrolet Chevette, fica claro que ele é mais do que um carro; ele é um sinal de uma geração. Acompanhou a vida de milhares de brasileiros, de escapadas em família a grandes aventuras.
Ver um Chevette SL 1985 vermelho hoje, com 40 anos em ótima forma, é como fazer uma viagem no tempo. É relembrar uma época em que carros eram simples, mas cheios de charme.
Seja como item de coleção ou lembrança afetiva, o Chevette se mantém firme como um dos clássicos mais queridos do Brasil. Quem sabe, ao ver um por aí, você também sinta o desejo de ter um pedacinho dessa história na sua garagem!