Quando falamos de carros futuristas, é impossível não lembrar do Tesla Cybertruck, com seu design angular e ousado que gera opiniões diversas. Mas espera aí! Antes mesmo de Elon Musk sonhar com sua picape elétrica, já havia algo tão surpreendente quanto: a Brubaker Box, a famosa Van Esportiva Automecca dos anos 70.
Esse modelo foi montado em cima da famosa plataforma do Volkswagen Fusca e tinha tudo para se tornar um clássico cult. Hoje, vamos explorar a história dessa van que atraiu olhares, causou polêmica e, de certa forma, antecipou tendências do mercado automobilístico.
Uma Década de Liberdade e Experimentação
Nos anos 70, o mundo estava em ebulição cultural. Música, moda e carros refletiam o desejo por liberdade, autenticidade e uma vida alternativa. Nos EUA, as vans ganhavam notoriedade com os jovens aventureiros, que as viam como símbolo de estilo de vida livre e comunitário.
Foi nesse clima que surgiram várias empresas de kit cars, vendendo soluções para os clientes montarem seus próprios veículos em casa, na maioria das vezes usando plataformas confiáveis como o Fusca, que era barato, robusto e simples de manter.
Enquanto muitos transformavam os Fuscas em buggies ou réplicas de esportivos, um designer chamado Curtis Brubaker decidiu inovar: criar uma van futurista nunca antes vista.
O Surgimento da Brubaker Box
Curtis acreditava que as vans eram o futuro do transporte pessoal nos EUA. Embora ele estivesse parcialmente certo, já que modelos como a Chevrolet Van e a Ford Econoline se tornaram icônicos, sua visão ia além: ele queria combinar funcionalidade com um design que parecia ter saído de um conceito futurista.
E assim nasceu a Brubaker Box, com formas retas, linhas geométricas e proporções compactas, parecendo ter saído de uma história em quadrinhos de ficção científica. Não é à toa que muitos a chamam de “Cybertruck dos anos 70”.
Brubaker conseguiu montar apenas três unidades antes de fechar a empresa. Mas o projeto continuou com a Automecca, que lançou a versão oficial, a Van Esportiva Automecca. Ao todo, foram produzidas cerca de 20 unidades, tornando a Brubaker Box uma raridade cobiçada até hoje.
Design: Ousadia e Estranheza
Ao olhar para a Brubaker Box, a reação é de espanto. Seu design foge do convencional, com uma silhueta baixa, compacta e super futurista, um contraste total com as vans quadradas e altas da época.
- Frente: Angular, com poucas superfícies de vidro, criando grandes pontos cegos.
- Laterais: Praticamente lisas, com janelas pequenas na frente.
- Traseira: Sólida e robusta, transmitindo segurança.
- Detalhes: Um para-choque dianteiro de madeira e pranchas de surf no teto para dar o toque californiano.
Esse modelo era feito para atrair olhares e muitos a comparavam a algo que a NASA teria projetado para Marte!
Interior: Um Lounge sobre Rodas
Por dentro, a Brubaker Box surpreendia pela conveniência. O interior era como um salão móvel, com estofamento vermelho por toda parte, fazendo você se sentir em casa, mesmo em movimento.
Com um toca-fitas Brother Aquatron VX-33 na frente, era o carro ideal para uma road trip nos anos 70, com a energia do momento!
Mecânica: Simples e Eficiente
A Brubaker Box não era só estética. Com base no Volkswagen Fusca, a manutenção era fácil e acessível. O modelo famoso, restaurado em 2021, tinha:
- Motor boxer 1.6 de quatro cilindros, refrigerado a ar.
- Carburador EMPI e cabeçotes de aço inoxidável.
- Câmbio automático de quatro marchas, algo incomum na época.
Ainda que não tivesse potência estrondosa, o importante era oferecer uma experiência de viagem única e um visual incrível.
O Renascimento nos Leilões
Com o tempo, a maioria das Brubaker Box se perdeu ou foi esquecida. Um dos modelos ficou 30 anos em uma garagem até ser redescoberto e restaurado em 2021.
O processo de restauração incluiu:
- Nova pintura vermelha brilhante.
- Aplicação de revestimento cerâmico.
- Revisão completa da mecânica.
Esse exemplar foi a leilão online, e os lances já estavam acima de US$ 30.000, o que equivale a cerca de R$ 162.000 (na cotação de 2025). Um valor alto, mas totalmente justificável por ser uma peça única!
Por que a Brubaker Box Não Deu Certo?
Se a Brubaker Box era tão inovadora, por que não fez sucesso? A resposta está em alguns fatores:
- Mercado Limitado: O público ainda não estava preparado para um design tão radical.
- Produção Artesanal: Isso encarecia o produto.
- Concorrência: Vans tradicionais ofereciam mais espaço e preços acessíveis.
- Falta de Suporte: Sem uma rede de revendedores, a confiança dos clientes ficava abalada.
Ainda assim, a produção limitada é o que faz a Brubaker Box tão valiosa hoje em dia.
Comparando com o Tesla Cybertruck
Não dá para falar da Brubaker Box sem mencionar o Tesla Cybertruck. Ambos são carros polêmicos, mas com algo em comum: ousadia e inovador design.
- Design Futurista: Tanto a Box quanto o Cybertruck parecem saídos de um filme de ficção científica.
- Exclusividade: A Brubaker Box é rara, enquanto a demanda pelo Cybertruck é alta.
- Polarização: Uns amam, outros odeiam, mas todos notam.
A diferença? O Cybertruck se consolidou num mercado global, enquanto a Brubaker Box surgiu de um sonho com recursos limitados.
A Brubaker Box como Item de Coleção
Hoje, ter uma Brubaker Box é quase como ter uma obra de arte sobre rodas. Com menos de 25 unidades produzidas, cada uma é disputada em leilões.
Os colecionadores valorizam:
Se você curte carros excêntricos, a Brubaker Box certamente é o tipo de veículo que vai fazer a diferença em qualquer evento ou encontro de clássicos.
Conclusão: O Cybertruck dos Anos 70
A Brubaker Box ou Van Esportiva Automecca foi muito mais do que um carro; ela simbolizou um espírito de inovação e ousadia numa época em que poucos se atreviam a pensar fora da caixa. Seu design angular, a proposta de lounge sobre rodas e sua mecânica simples a tornaram única.
Mesmo sem ter conquistado o sucesso comercial, a Brubaker Box deixou um legado que ressurge com força comparado aos modelos futuristas da atualidade, como o Tesla Cybertruck.
Se você tiver a sorte de encontrar uma em leilão, estará adquirindo não apenas um carro, mas um pedaço raro da história automotiva, tão polêmico, charmoso e atemporal quanto o verdadeiro Cybertruck dos anos 70.
