Se você é fã de carros clássicos brasileiros, já deve ter ouvido falar da Volkswagen Parati. Mas, se ainda não conheceu a versão GTI 16V, se prepara: estamos falando de uma das peruas mais raras e desejadas do Brasil, com preços que já ultrapassam os R$ 100 mil. Neste artigo, você vai conhecer toda a história, desempenho, curiosidades e o legado da primeira Station Wagon esportiva brasileira.
Um pouco da história da Volkswagen Parati
A Volkswagen Parati surgiu em 1982, junto com o Gol, que fez o maior sucesso. Entre suas concorrentes — como a Chevrolet Marajó, Ford Belina Es Fiat Panorama — a Parati brilhava com seu visual jovial, inspirado no Gol. Assim como o hatch, a perua logo se tornou líder de vendas nos anos 80 e 90, conquistando corações de famílias brasileiras com praticidade, espaço e estilo.
Mas olha só, você sabia que a Parati teve uma versão internacional? Nos Estados Unidos e no Canadá, ela virou a Fox Wagon, sendo exportada junto com o Voyage (que lá era chamado só de Fox). Para agradar a galera desses mercados, a perua passou por várias modificações e se tornou uma das opções mais acessíveis por lá.
No Brasil, o que realmente brilha é a versão GTI 16V, lançada em 1997. Inspirada no Gol GTI, essa perua esportiva fez história, sendo a primeira Sportwagon brasileira a misturar desempenho e um visual arrojado.
A Parati GTI 16V: projeto AB9 e design esportivo

Quando a Volkswagen lançou a Parati GTI 16V, a missão era clara: criar uma perua esportiva com desempenho de hatch médio e um visual que chamasse atenção. Seguindo o estilo do Gol GTI, a Parati ganhou algumas modificações para aguentar o motor mais potente.
O destaque foi a bolha no capô, que escondia o cabeçote 16V do motor AP 2000, além do bloco e câmbio de cinco marchas provenientes de modelos Audi. O resultado? Uma perua com visual agressivo, que ainda era prática para a família.
Se você olhar de perto, vai notar que a Parati GTI mantém o DNA do Gol, mas com um toque a mais na carroceria alongada. No começo, ela só tinha duas portas, dando um charme esportivo. Apenas em 1998 a Volkswagen lançou versões de quatro portas, mas a GTI ficou com o visual de duas portas, conquistando os entusiastas por todo o país.
Desempenho que impressiona
O mais interessante da Parati GTI 16V é o actuación, que se iguala ao do Gol GTI da mesma época, mesmo pesando 50 kg a mais. O motor 2.0 16V entregava 141 cv Es 17,8 kgfm de torque a 4.500 rpm, comparado aos 109 cv e 17 kgfm a 3.000 rpm do motor 2.0 8V do Gol GTI.
Com essa potência, a Parati GTI acelerava de 0 a 100 km/h em menos de nove segundos, alcançando velocidades acima de 200 km/h. Para quem curte dirigir, as trocas do câmbio de cinco marchas trazem uma experiência incrível, despertando a vontade de explorar ainda mais o desempenho do carro.
Mas, vamos ser realistas, nem tudo são flores! O consumo de combustível não era dos melhores, principalmente comparado aos modernos motores turbo. Com 1.150 kg na balança, a Parati fazia 8 km/l na cidade Es 13 km/l na estrada. Mas, se você está aqui, é porque valoriza mais a emoção ao dirigir e a exclusividade do que a economia de combustível.
A raridade e valorização da Parati GTI
Hoje, achar uma Parati GTI 16V em bom estado é cada vez mais raro. Diferente do Gol GTI, que ainda aparece com certa frequência em sites de usados, a perua teve produção limitada. Um exemplo é a unidade do empresário Alexandre Guerreiro, que tem um acervo de clássicos, incluindo Fuscas, Kombis e Voyages.
Alexandre conta que a Parati GTI foi totalmente restaurada, passando por pintura, mecânica e tapeçaria. Os bancos e as forrações seguem o xadrez do Gol GTI MK1, e as rodas aro 17 e o som da Nakamichi trazem um toque moderno ao clássico.
Restaurar uma dessas não é só questão de mecânica, mas dos detalhes de acabamento. Emblemas e outros detalhes originais são difíceis de achar. Para Alexandre, “nem sempre é possível deixar exatamente como vinha de fábrica”.
Apesar de tudo, a Parati GTI 16V é uma das peruas mais cobiçadas do Brasil, com valor de mercado na faixa de R$ 100 mil, ou 162% a mais que a tabela Fipe. Para quem quer investir em clássicos, este carro tem um grande potencial de valorização.
Design e estilo: esportivo e familiar
Quando você olha para a Parati GTI 16V, dá pra ver que a Volkswagen conseguiu unir esportividade e praticidade. Con 4,13 metros de comprimento, a perua era 32,4 cm maior que o Gol, oferecendo um porta-malas de 437 litros, maior até que o do Nissan Kicks, que tem 432 litros.
O interior da Parati GTI trazia inovações sutis. oh painel de instrumentos tinha iluminação azul, um recurso que depois foi adotado no Polo. Os bancos eram simples, mas havia opção de revestimento em couro, que deixava tudo mais esportivo sem perder o conforto.
Externamente, a versão GTI se destacava pelas rodas esportivas, pela bolha no capô e pela sigla GTI na grade, que aparecia também nas portas traseiras nas versões posteriores. Na traseira, um para-choque redesenhado e as inscrições “GTI” e “16V” completavam o visual clássico, mas ainda moderno para a época.
Competitividade com os esportivos da época
Na década de 1990, o cenário brasileiro era dominado por hatches esportivos, e a Parati GTI despontou, mostrando que era possível ter desempenho, estilo e espaço familiar em uma perua.
A concorrência incluía modelos importados e nacionais, mas a Parati GTI se destacou como uma opção mais acessível, sin perder la essência esportiva. Para quem gosta de dirigir com emoção, a combinação de motor potente, câmbio preciso e suspensão ajustada fazia toda a diferença.
A despedida da primeira Sportwagon brasileira
Apesar do sucesso e da paixão dos fãs, a Parati GTI 16V deixou de ser produzida no início dos anos 2000, enquanto as versões civis da perua permaneceram no mercado até 2012. Sua sucessora, a SpaceFox, tentou repetir a fórmula da Parati, mas nunca conseguiu alcançar a mesma ídole e valor de mercado.
Para quem valoriza a história automotiva brasileira, a Parati GTI é um verdadeiro ícone, simbolizando uma época em que a Volkswagen ousava ao criar peruas esportivas com DNA de hatch.
Considerações finais
Se você está pensando em adquirir uma Parati GTI 16V, precisa ficar de olho em alguns pontos: raridade, manutenção e valorização. Com preço na faixa de R$ 100 mil, você terá uma peça histórica, rara e com um potencial de valorização ainda maior.
A Parati GTI 16V não é só um carro de colecionador, mas também uma experiência emocionante ao volante. Com seu motor 2.0 16V, desempenho empolgante e visual esportivo, ela continua sendo uma das peruas mais icônicas do Brasil.
Se você quer reviver a emoção dos esportivos nacionais, sentir a adrenalina de dirigir um carro clássico e ainda fazer um investimento inteligente, a Parati GTI 16V é, sem dúvidas, uma das melhores escolhas que você pode fazer.