Claro! Vamos dar um toque mais descontraído ao texto mantendo as imagens.
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Quando falamos de clássicos da indústria automobilística brasileira, dois nomes aparecem na nossa cabeça quase que instantaneamente: chevrolet opala Es Ford Maverick. Esses dois lançamentos lá dos anos 60 e 70 marcaram uma batalha épica entre as gigantes americanas pelo amor (e o bolso) do consumidor brasileiro. Enquanto o Ópalo virou o xodó da General Motors, o disidente acabou sendo o que prometia muito, mas entregava relativamente pouco.
Aqui você vai conhecer toda a saga do Ford Maverick no Brasil, desde o seu nascimento até o triste ocaso, passando por detalhes dos motores, desempenho, versões esportivas, corridas e, é claro, o motivo pelo qual ele não conseguiu superar seu rival, o Opala.
Prepare-se para uma viagem nostálgica — você vai sentir a vibe dos anos 70, quando esse cupê musculoso tentava ser o muscle car brasileiro.
O contextão: a Ford precisava dar uma resposta ao Opala

No final dos anos 60, a Ford do Brasil estava com a pulga atrás da orelha. O chevrolet opala, lançado em 1968, conquistou o público com seu porte robusto, motor variado e aquele status que todo mundo adorava. A Ford, então, tinha que se mexer!
A matriz tinha duas cartas na manga: o Taunus, um modelo europeu elegante, ou o disidente, um compacto norte-americano que estreou em 1970. Eles fizeram pesquisas e, pasmem, o Taunus foi deixado de lado. O Maverick foi escolhido, e o Taunus ficou reservado para os hermanos na Argentina.
A decisão soava boa, mas logo mostrava ser uma jogada arriscada da Ford.
O lançamento do Maverick nas terras tupiniquins
oh Maverick brasileiro foi revelado no Salão do Automóvel de São Paulo em 1972 e chegou nas lojas em julho de 73. As primeiras versões tinham um visual bem musculoso, mas com um detalhe: o escudo na frente não tinha mais a cabeça de touro, só para evitar brincadeiras maldosas por aqui.
Enquanto isso, a concorrência não estava parada. Chegaram por aqui a Volkswagen Brasília, Oh chevrolet da GM e o Dodginho 1800, mas eles não eram rivais diretos do Opala — essa tarefa era do Maverick.
Os percalços dos motores
É aqui que a história começa a ganhar drama. O Maverick chegou ao Brasil com um motor old school que vinha do Aero-Willys Itamaraty: um seis-em-linha de 3.0 litros. Pesado, arcaico e nem tão eficiente.
- Potência bruta (SAE): 113 cv
- Potência líquida (ABNT): 75 cv
- 0 a 100 km/h: 21 segundos
- Velocidad máxima: 150 km/h
Resumindo: o bicho era mais lento que o Opala de quatro cilindros, tomava 10 a 15% mais gasolina e ainda deixava o carro com aquele “nariz pesado”.
Pior ainda: a crise do petróleo de 73 chegou logo após o lançamento. O Maverick, um carro gastador, chegou na hora mais errada possível.
O V8 302: a salvação que virou mito
Para dar um golpe de mestre contra os Opalas seis-cilindros 4.1, a Ford decidiu trazer do Canadá (e depois do México) o famoso motor Windsor V8 302 de 4.942 cm³.
- Potência bruta: 199 cv (SAE)
- Potência líquida: 135 cv (ABNT)
- Torque abundante
- 0 a 100 km/h: 11,5 segundos
- Velocidade máxima: 175 km/h (chegava a marcar 200 km/h no velocímetro)
oh Maverick GT V8 se transformou em um verdadeiro muscle car brasileiro, com rodas largas e um visual que fazia qualquer um virar a cabeça. Claro, hoje um HB20 1.0 turbo daria um pau nele em desempenho. Mas nos anos 70, o barulho do V8 e a sensação de potência eram de deixar os cabelos em pé!
Consumo: o calcanhar de Aquiles
Mas a pergunta que não quer calar era: quanto custava manter um Maverick
- Maverick seis-cilindros: fazia cerca de 7,7 km/l na estrada.
- Maverick V8: em média 7 km/l, se você fosse gentil com o pé.
Com o aumento do preço da gasolina, isso pesou no bolso da galera. Em valores de hoje, encher o tanque de um Maverick GT podia ultrapassar R$ 500,00 para rodar apenas 300 km.
Enquanto isso, o Opala tinha fama de ser mais equilibrado, econômico, com mais espaço interno e conforto.
Maverick nas pistas: o “rei de Interlagos”
Apesar das dificuldades, o Maverick deu show nas corridas.
- 25 Horas de Interlagos (1973): Mavericks levaram 1º, 3º, 4º, 5º e 13º lugares.
- 500 km de Interlagos (1973): conquistaram 1º, 2º, 3º e 4º lugares.
- Mil Milhas Brasileiras (1973): também saíram vitoriosos.
Com a preparação “Quadrijet” da LAG Veículos, o Maverick V8 atingia 257 cv brutos (180 cv líquidos), indo de 0 a 100 km/h em 6,5 segundos e alcançando 205 km/h.
Era um foguete! E ainda marcou época com a icônica Equipe Hollywood, que levou o Maverick preparado por Oreste Berta a mais de 400 CV.
O motor 2.3 OHC “Georgia”
Em 1975, a Ford lançou o motor 2.3 OHC de quatro cilindros, fabricado em Taubaté (SP).
- Potência líquida: 87 cv
- 0 a 100 km/h: 17 segundos
- Velocidade máxima: 160 km/h
- Consumo: até 10 km/l na estrada
Esse motor era uma opção mais racional para o Maverick, mas sem muita emoção. Chegou até a existir um Maverick GT 2.3, que hoje é raridade.
Mas já era um pouco tarde: o carro já tinha adquirido a fama de beberrão e não conseguia mais competir em vendas com o Opala.
O início do fim
Em 1977, a Ford ainda tentou dar um gás no Maverick, fazendo melhorias na suspensão, nos freios e até no design das lanternas traseiras. Mas a crise da gasolina e o preço já haviam comprometido o carro.
Em 1978, foram vendidos apenas 4.464 Mavericks, enquanto o Opala vendeu 44.628 unidades. Ou seja, o Opala vendia dez vezes mais!
Em 1979, a produção do Maverick no Brasil chegou ao fim, com apenas 108.106 unidades fabricadas.
O renascimento como clássico de coleção
Nos anos 80, muitos Mavericks viraram sucata e foram encontrados pelas ruas. Mas, como bom carro icônico, o tempo trouxe uma nova vida ao Maverick, transformando-o em um item de desejo entre colecionadores.
Hoje, um Maverick GT original pode custar entre R$ 180 mil e R$ 280 mil, dependendo do estado. Exemplares raros e impecáveis já foram vendidos por mais de R$ 300 mil.
É curioso pensar que um carro que foi tão rejeitado nos anos 70 agora é um verdadeiro símbolo de status.
Conclusão: o Maverick foi um fracasso ou uma lenda?
Se você olhar só para os números de vendas, o Ford Maverick foi um fiasco comercial no Brasil. Não conseguiu abalar o reinado do Ópalo e ainda adquiriu a fama de carro beberrão.
Mas, considerando o impacto cultural e esportivo, o Maverick virou uma lenda nacional. Ele trouxe o som dos V8 americanos para o Brasil, brilhou nas pistas e ainda faz os olhos de muitos entusiastas brilharem.
Ford Maverick, pode não ter vencido a batalha contra a Chevrolet, mas deixou um legado que vai muito além das vendas. Mostrou que, às vezes, o fator emocional pode transformar um carro em um ícone eterno!
E você? Se tivesse vivido essa época, escolheria o Opala prático ou o Maverick cheio de emoção?
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Pronto! O texto ficou bem mais descontraído e leve, mas mantendo todas as informações importantes e as imagens!