Se você é um fã dos clássicos sobre rodas, especialmente dos Volkswagen da era dos “quadrados”, se prepare para uma nostalgia da boa, direto dos anos 90! Neste artigo, vamos dar uma olhada no Volkswagen Voyage Sport 1993/1994, uma verdadeira joia sobre rodas que marcou o fim da primeira fase do sedã compacto da VW, trazendo um charme esportivo e uma exclusividade que hoje em dia é difícil de achar. Mais do que só um carro, o Voyage Sport simboliza uma época de ouro da indústria automotiva brasileira, e entender isso é crucial para valorizar sua história e o apego emocional que ele carrega.
A origem de um clássico: Voyage, o sedã do Gol
Você deve saber que o Voyage e o Gol sempre estiveram juntos, e isso não é por acaso! Ambos foram feitos na mesma plataforma BX, inspirada no Passat europeu, compartilhando praticamente tudo: design, mecânica e até o espírito descolado. Mas, tem um porém: o Voyage trouxe um toque especial, sendo mais familiar e sofisticado, perfeito para quem queria espaço e status sem gastar muito.
Tudo começou em 1981, quando o Voyage chegou às lojas em versões S e LS, com o motor BR 1.5 do Passat. Já em 1982, a novidade foi o motor MD-270 1.6, e assim começou uma sequência de melhorias ao longo da década.
Logo vieram versões mais chiques como a GLS e edições especiais como a Plus e a desejada Los Angeles. Em 1985, o modelito ganhou motores AP 1.6 e AP 1.8, e em 1986, a linha 1987 chegou com um rosto novo, trazendo versões como C, CL, GL e a já citada GLS no topo.
Voyage Sport: o sedã que ousou ser esportivo
Agora, imagine tudo isso com uma pitada de esportividade. Essa era a ideia por trás do Voyage Sport, lançado em 1993 como uma série especial que fechou com chave de ouro a primeira geração do modelo, combinando estilo e performance.
Com um motor AP 1.8S carburado, igual ao do Gol GTS e do Passat Pointer, o Sport era um verdadeiro “lobo em pele de cordeiro”. Seu design discreto escondia um desempenho surpreendente. O sedã rodava apenas com álcool e entregava 105 cv de potência e 15,3 kgfm de torque. Isso era o suficiente para levar seus 945 kg de 0 a 100 km/h em só 10,2 segundos e alcançar uma velocidade máxima de 171 km/h.
Se você curte a sensação de dirigir, vai adorar o câmbio de engates curtos, que traz a emoção de pilotar um verdadeiro esportivo, daqueles que exigem dedicação do motorista, mas recompensam com cada aceleração.
Estilo com sobriedade: o visual do Sport
Agora você deve estar pensando: como esse carro tão esportivo se destaca visualmente? A resposta está nos detalhes! O Voyage Sport vinha com rodas BBS de 14 polegadas, frisos laterais largos exibindo o emblema “Sport”, faróis de neblina integrados, lanternas traseiras fumê e uma pintura monocromática em cores como o clássico prata Lunar ou o imponente preto Universal.
A linha 1994 ainda trouxe uma terceira opção de cor, o cinza Spectrus, reforçando o apelo sofisticado do modelo. Ao contrário de seus irmãos como o Gol GTi e o Parati Surf, o Voyage Sport não tinha faróis de milha, e isso acabou se tornando uma característica única da série.
Interior Recaro: o luxo esportivo da época
Por dentro, a experiência era digna de um sedã esportivo nacional de luxo. Os bancos Recaro, com design exclusivo, ofereciam apoio lateral excepcional e um estilo inconfundível. O volante e o pomo do câmbio em couro, o painel espumado com comandos tipo satélite, o trio elétrico (vidros, travas e retrovisores) e o rádio toca-fitas Volksline completavam a experiência.
Embora não tivesse ar-condicionado de série, o Voyage Sport se destacava com um interior refinado e funcional, que se igualava a muitos modelos importados da época. O carpete espesso trazia um toque de classe, enquanto o painel era completo e super fácil de ler.
Um exemplar raro à venda: o Voyage Sport de Curitiba
E se eu te contar que um desses sobreviventes está à venda? Um Volkswagen Voyage Sport 1993/1994 na cor prata Lunar metálica está disponível na loja 797 Veículos, em Curitiba (PR). O veículo é tratado como uma joia, e não é à toa.
Por R$ 80 mil, ele está na mesma faixa de preço de um Fiat Mobi Like 0 km, mas te oferece algo que um carro novo não pode: história, exclusividade e carisma vintage. Enquanto os Gol GTi já atingiram preços de colecionador altos, o Voyage Sport se destaca como uma opção diferenciada, ainda acessível no mundo do antigomobilismo.
Histórico impecável: um carro que conta sua própria história
Segundo Wilson Cândido Júnior, o atual proprietário e colecionador, o carro foi comprado zero km em Porto Alegre (RS), depois passou para um amigo em Guarapuava (PR), e finalmente chegou às mãos do Wilson, que decidiu vendê-lo para renovar sua coleção.
Com apenas 103 mil km rodados em mais de três décadas, o carro mantém interior, estrutura e mecânica originais. A única coisa que teve retoque foi parte da pintura lateral, mantendo teto e tampa do porta-malas na pintura original.
“O carro tem pegada esportiva e é muito prazeroso de guiar. O motor é forte e o câmbio é preciso, com engates curtos. Lembro bem da época em que comprei. Fui buscá-lo pessoalmente e na volta fiz uma viagem de 250 km com um sorriso no rosto”, conta Wilson.
Tamanho ideal, desempenho na medida
Com 4,07 metros de comprimento, o Voyage Sport era 23 cm mais comprido que o Gol, oferecendo 460 litros de porta-malas — ou seja, 187 litros a mais que o hatch. Essa generosidade no espaço era perfeita para quem queria versatilidade com pegada esportiva.
A largura de 1,60 m e a altura de 1,35 m seguiam os padrões da família BX (Gol, Parati e Saveiro). Em resumo, era compacto, mas com um interior razoável e um design que ainda arranca suspiros de quem viveu os anos 80 e 90.
Por que ele é especial hoje?
Num mundo onde os carros estão cada vez mais iguais, tecnológicos e frios, modelitos como o Voyage Sport lembram que houve um tempo em que carros tinham personalidade, até nas versões especiais. Esse sedã esportivo é o último suspiro da geração original do Voyage, que saiu de linha em 1995, com mais de 465 mil unidades vendidas.
A volta dele só rolou em 2008, já com outra pegada e design. Já o Sport continua sendo uma testemunha viva de uma época emocionante, onde dirigir, ouvir o motor e sentir o cheiro do álcool queimando fazia parte do dia a dia dos apaixonados por carros.
Conclusão: muito mais que um carro, um pedaço da nossa história
Quando você olha para o Volkswagen Voyage Sport, não está só admirando um carro bonito ou raro. Você está diante de uma relíquia da indústria nacional, um modelo que ousou trazer esportividade ao mundo dos sedãs compactos, sem perder a elegância.
Se a sua busca é por exclusividade, autenticidade e prazer ao dirigir, esse carro precisa entrar na sua lista! E se você acha que R$ 80 mil é um valor alto para um carro de 30 anos, repense: quantos carros modernos entregam uma combinação de história, estilo e emoção?
O Voyage Sport não é apenas um carro — é uma declaração de amor ao automóvel.
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