Start Emphasis Descubra o Ford Escort JPS: O Esportivo Esquecido que Superou Expectativas!

Descubra o Ford Escort JPS: O Esportivo Esquecido que Superou Expectativas!

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Se você é fã de carros clássicos, com certeza já ouviu falar do Ford Escort XR3, o superstar dos anos 80 e 90 no Brasil. Mas segura essa: existe uma versão incrível que virou uma raridade e continua causando suspiros nos apaixonados por automóveis: o Ford Escort JPS (John Player Special). Esse modelo não só se destacou pelo design ousado, mas também pelo seu desempenho, que era coisa de outro mundo, com um motor turbo desenvolvido pela SR Veículos Especiais.

Aqui, vou te levar numa viagem pela história desse carro sensacional: desde o surgimento do Escort no Brasil, passando pela colaboração com a mítica John Player Special, até as curiosidades que fizeram desse carro uma verdadeira jóia da indústria automotiva nacional. No final, você vai sacar por que o Escort JPS é considerado um dos maiores tesouros sobre rodas da década de 80.


Nascimento do Escort no Brasil

Primeiro, é bom saber que o Ford Escort foi um projeto global. A terceira geração, que deu as caras em 1980 na Europa, foi desenvolvida por uma equipe internacional de engenheiros europeus It is norte-americanos. O objetivo? Criar o primeiro carro mundial da Ford, que atendesse a diferentes mercados com muito mais tecnologia.

Quando ele chegou ao Brasil em 1983, o Escort trouxe várias novidades que os motoristas da época nem sonhavam em ver em carros nacionais de entrada:

  • Motor transversal, algo bem inusitado por aqui.
  • Suspensão independente nas quatro rodas, que garantiu conforto e estabilidade.
  • Aerodinâmica eficiente, com um design super moderno.

Esses itens já colocavam o Escort num patamar muito acima da concorrência. Mas no Brasil, ele teve que lidar com um cenário econômico complicado e algumas limitações tecnológicas.


A SR Veículos Especiais entra em cena

Não dá pra falar do Escort JPS sem mencionar a SR Veículos Especiais, empresa que surgiu das ideias do Eduardo de Souza Ramos, da concessionária Souza Ramos em São Paulo. Essa empresa já fez história ao criar versões inusitadas de modelos da Ford, como:

  • O Ford Corcel Hatch, que nunca existiu originalmente.
  • Transformações da F-100 It is F-1000 em picapes de cabine dupla.
  • A perua do Ford Maverick, um projeto exclusivo da concessionária.

Com esse histórico, a SR percebeu que o Escort seria a base perfeita para criar algo especial — e assim nasceu o Escort JPS.


Atração da pintura John Player Special

Imagem: Reprodução

Se você acompanha Fórmula 1, com certeza já ouviu falar da John Player Special (JPS). Essa marca patrocinou a equipe Lotus, e sua pintura preta com detalhes dourados virou um dos visuais mais icônicos do automobilismo. Foi com essa aparência que Emerson Fittipaldi ganhou o campeonato mundial em 1972.

No Brasil, a JPS era representada pela Souza Cruz, e essa identidade visual foi a inspiração para a SR na criação do Escort JPS. Assim que você olhava pra ele, já via um esportivo elegante e raro, com:

  • Carroceria preta brilhante.
  • Filetes dourados pelas laterais.
  • Grade dianteira exclusiva.
  • Rodas especiais.
  • Aerofólio traseiro duplo.
  • Saias laterais e defletor dianteiro.

Não tinha como passar batido com um Escort JPS nas ruas brasileiras dos anos 80.


Motor CHT e suas limitações

Apesar de ser bem moderninho em relação ao projeto europeu, o Escort aqui no Brasil enfrentou um problemão: o motor. Ao invés do potente CVH europeu, a Ford decidiu usar o conhecidíssimo CHT (Compound High Turbulence), uma evolução do motor do Corcel, que já estava na praça há uns 15 anos.

Esse motor tinha comando de válvulas no bloco e era bem economic, mas em termos de desempenho, deixava a desejar. Pra você ter uma ideia, até mesmo a versão esportiva XR3 tinha apenas 83 cv, uma potência bem baixa pra um carro com uma aparência tão ousada.

Foi aí que a SR decidiu fazer a grande diferença.


O segredo do Escort JPS: o motor turbo

Imagem: Reprodução

O que fez o Escort JPS virar lenda foi a instalação de um turbocompressor Garrett, ajustado para operar a 0,5 bar de pressão. Com isso, a potência pulava para cerca de 100 cv a 5.600 rpm, superando até o Escort XR3 europeu, que tinha 97 cv.

Os números são esclarecedores, e você vai se surpreender:

  • 0 a 100 km/h: caiu de 14,34 segundos no XR3 para 10,97 segundos no JPS.
  • Maximum speed: de 164,76 km/h saltou para 177,77 km/h.

No fim das contas, o Escort JPS oferecia um desempenho que você só veria em carros bem mais caros na época, e o melhor: sem abrir mão da confiabilidade.

Segundo o jornalista Emilio Camanzi, a combinação da taxa de compressão 12:1 com a baixa pressão do turbo fazia com que a potência chegasse de forma suave e linear. O turbo começava a trabalhar por volta de 2.500 rpm, atingindo a pressão máxima a 4.000 rpm. Ou seja, não precisava ser um piloto pra sentir a diferença.

E o consumo? Surpreendentemente bom para um carro turbinado:


Quanto custava a transformação?

Imagem: Reprodução

Você deve estar se perguntando quanto custava um Escort JPS na época. O kit turbo, o verdadeiro show à parte, custava o equivalente a R$ 16.622 hoje. Não era baratinho, mas pra quem queria exclusividade e adrenalina, o investimento valia a pena.

O verdadeiro desafio estava na complexidade técnica. Afinal, o motor era alimentado por carburador, com sistema de ignição tradicional. Era necessário recalibrar tudo, especialmente a curva de avanço do distribuidor, além de reforçar a bomba de combustível pra aguentar a demanda extra.


Detalhes e acessórios especiais

A SR não parava no turbo. Se você queria mais exclusividade, o Escort JPS oferecia uma porção de acessórios adicionais:

  • Limitador de rotação ajustado para 6.100 rpm.
  • Manômetro de pressão do turbo, essencial pra monitorar o funcionamento.
  • Trocador de calor para o óleo, garantindo a durabilidade do motor.

Curiosamente, a suspensão e os freios foram mantidos iguais aos do Escort comum, o que mostra a confiança da SR no conjunto original.


Visual radical com faróis escamoteáveis

Imagem: Reprodução

Alguns clientes da SR queriam não só desempenho, mas também um visual mais agressivo. E a empresa ouviu! Foi criada uma versão com:

  • Capô mais baixo.
  • Faróis escamoteáveis.
  • Paralamas alargados.
  • Novo para-choque.
  • Aerofólio redesenhado.

Esse modelo era uma verdadeira máquina, mas tinha um probleminha: o peso. Foram adicionados 89 kg extras, ou seja, cerca de 10% a mais. E qual foi o resultado? O desempenho caiu bem:

  • 0 a 100 km/h: 16,85 segundos.
  • Maximum speed: 151,89 km/h.

Resumindo, ele parecia mais esportivo, mas não andava tanto quanto a versão com kit turbo.


A evolução com intercooler

Imagem: Reprodução

A SR tentou dar um upgrade no projeto, adicionando um intercooler ao sistema. Além disso, usinou o cabeçote para baixar a taxa de compressão de 12:1 para 10,5:1, permitindo aumentar a pressão do turbo para 0,6 bar.

O resultado foi incrível: 120 cv de potência e aceleração de 0 a 100 km/h em menos de 10 segundos. Para os padrões brasileiros da época, isso era uma verdadeira revolução!


O final do Escort JPS

Imagem: Reprodução

Infelizmente, a história do Escort JPS não durou muito. Perto da reestilização do Escort em 1987, a SR decidiu deixar de lado o kit JPS. A partir daí, a empresa focou em projetos mais lucrativos, como a linha F-1000, que tinha um valor maior.

Isso resultou em pouquíssimas unidades do Escort JPS sendo produzidas, fazendo dele um carro com altíssimo valor colecionável.


Ficha técnica – Ford Escort JPS 1985

Imagem: Reprodução
  • Motor: transversal, 4 cilindros em linha, 1.555 cm³, carburador de corpo duplo.
  • Power: 74 cv a 5.200 rpm (120 cv na versão turbinada).
  • Torque: 12,2 kgfm a 2.400 rpm.
  • Exchange: manual de 5 marchas.
  • Traction: dianteira.
  • Dimensions: 3,97 m (comprimento); 1,64 m (largura); 1,32 m (altura); 2,40 m (entre-eixos).
  • Weight: 994 kg.
  • Tires: 185/60 HR 14.

Por que o Escort JPS é tão especial hoje?

Imagem: Reprodução

Agora que você já conhece a história toda, fica claro por que o Escort JPS é visto como uma verdadeira relíquia. Ele trouxe:

  • Exclusivity, com um visual inspirado na Fórmula 1.
  • Tecnologia nacional, num tempo em que o Brasil estava mais fechado para imports.
  • Desempenho superior aos esportivos daquela época.
  • Baixa produção, tornando-o raríssimo hoje.

Se você encontrar um Escort JPS hoje, saiba que está diante de uma parte da história automobilística brasileira. Mais do que um carro, ele simboliza a criatividade e ousadia de uma época em que, mesmo com recursos escassos, surgiram projetos que marcaram gerações.


Conclusion

Imagem: Reprodução

O Ford Escort JPS foi muito mais do que um carro. Ele representou a união do design esportivo, a tradição da Fórmula 1 com a pintura John Player Special e a ousadia da SR Veículos Especiais em oferecer ao público brasileiro um veículo de alto desempenho na década de 80.

Com apenas algumas dezenas de unidades produzidas, o Escort JPS se tornou um dos carros mais raros do Brasil, disputado por colecionadores e entusiastas que reconhecem sua importância histórica.

Quando olhamos para 2025, fica claro que esse modelo não foi só um esportivo, mas também um marco da criatividade nacional em tempos desafiadores. E você, que ama carros, pode se orgulhar de saber que essa joia veio das ruas e garagens do Brasil.

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