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Monza Venezolano: O Segredo por Trás do Carro Proibido que Encantou Colecionadores

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Quando você pensa em Chevrolet Monza, vem logo à mente aquele carro icônico dos anos 80 e 90 que fez a alegria dos brasileiros, certo? Mas você sabia que existe um Monza venezuelano, montado no país vizinho, que em muitos aspectos é até melhor que o brasileiro? É isso mesmo! Oficialmente, ele não podia ser vendido no Brasil, mas em 1989 ele deu uma volta por aqui, se tornando uma verdadeira curiosidade e hoje um item raro entre colecionadores!

Prepare-se para mergulhar na história desse carro curioso: desde seu nascimento na Venezuela, passando pelas diferenças em relação ao nosso Monza, até os desafios legais que enfrentou para poder ser vendido no Brasil.

Vem conhecer um capítulo pouco falado da nossa indústria automotiva — e entender por que o Monza venezuelano é lembrado como um carro proibido, mas também como um símbolo de um mercado que já foi muito mais vibrante.


A Venezuela que já brilhou na indústria automotiva

Hoje em dia, quando se fala em Venezuela, a conversa costuma explorar os problemas econômicos e a instabilidade política, certo? O setor automotivo, por exemplo, praticamente desapareceu! Mas nos anos 80, a coisa era bem diferente!

Nessa época, a Venezuela vivia momentos econômicos bons, impulsionados pelo petróleo. A demanda por carros modernos era alta, e o governo incentivava a produção local, muitas vezes junto com montadoras internacionais.

Foi nesse clima que surgiu o Chevrolet Monza venezuelano, fabricado a partir de peças que vinham do Brasil na forma de CKD (Completely Knocked Down) — ou seja, carros totalmente desmontados, prontos para serem montados na Venezuela.


O Monza de 1989: mais moderno que o brasileiro

Imagem: Reprodução

Em 1989, os venezuelanos puderam colocar as mãos num Chevrolet Monza com vantagens em relação ao modelo brasileiro. A montadora enviou carroceria, motor e câmbio do Brasil, mas com acabamento, vidros, rodas e bancos sendo produzidos na Venezuela.

É aí que começam as diferenças! Enquanto no Brasil o Monza S/R tinha bancos esportivos Recaro de tecido, o venezuelano apresentava poltronas de couro super confortáveis. O Monza Classic ainda tinha detalhes internos em marrom, algo inexistente por aqui.

Além disso, as alloy wheels tinham design exclusivo, e as opções de cores variavam conforme o mercado. Era um Monza com personalidade própria!


Um motor adaptado ao clima e ao mercado

Imagem: Reprodução

Outro detalhe curioso é o motor 2.0. Enquanto o Monza no Brasil era vendido em versões movidas a etanol, o venezuelano funcionava apenas com gasolina.

Além disso, com o clima quente da Venezuela, todos os modelos vinham com ar-condicionado de fábrica, algo opcional no Brasil. Porém, nenhum deles tinha desembaçador do vidro traseiro, visto como desnecessário.

Você ainda encontraria versões com transmissão automática e até injeção eletrônica de combustível — que só chegariam ao Brasil em 1990, na série especial 500 EF.

Ou seja, em 1989, o Monza venezuelano estava à frente em tecnologia e conforto.


O dilema: a chegada do Vectra

Se o carro era tão interessante, por que ele não bombou nas concessionárias da Venezuela? A resposta é simples: a chegada do Chevrolet Vectra. Um carro mais moderno que começou a ser vendido lá pelo mesmo período.

Com um design que chamava atenção e soluções mais avançadas, o Vectra ofuscou o Monza, que logo perdeu a atração para os consumidores. O estoque começou a emperrar, e a General Motors teve que arranjar uma solução.


Uma solução inusitada: vender no Brasil

Imagem: Reprodução

Naquele momento, vender carros venezuelanos no Brasil era praticamente proibido, já que as importações só seriam liberadas em 1990. Mas, diante da situação, a GM conseguiu uma autorização especial para trazer cerca de 570 unidades zeradas ao Brasil.

O argumento? Que eram carros produzidos no sistema CKD, expostos aqui em peças para montagem na Venezuela e depois “devolvidos” ao Brasil. E o governo abriu as portas, aceitando a história, permitindo que o “Monza Venezuela” fosse vendido nas concessionárias em 1989.


Documentação e problemas no emplacamento

Mesmo com a liberação, o carro trouxe algumas dores de cabeça para os compradores. A legislação brasileira pedia que o número do chassi fosse gravado diretamente na carroceria. Porém, na Venezuela, o padrão era diferente: lá só tinham uma plaquetinha com o código alfanumérico.

Isso causou uma série de problemas nos Detrans, dificultando o emplacamento e o seguro.

Para resolver isso, a GM gravou manualmente o número do chassi no porta-malas e ainda forneceu uma carta oficial explicando toda a situação.

Era um documento que acompanhava o veículo, confirmando que se tratava de uma unidade montada na Venezuela e vendida no Brasil.


Valor de mercado: um carro raro, mas sem glamour

Você deve estar se perguntando: “Se esse carro é tão raro, deve custar uma fortuna agora!”. A realidade? Bem diferente.

O Monza venezuelano nunca virou um objeto de desejo para colecionadores. Segundo especialistas, ele é visto mais como uma curiosidade histórica do que como um ícone.

Enquanto modelos como o VW Gol GT e GTS dispararam nos preços, o Monza venezuelano não chega perto dos valores que tinha quando era novinho.

Na época, ele custava muito mais que os rivais da Volks. Se ajustarmos para valores atuais, seria como pagar cerca de R$ 250.000 por um carro que não tem o mesmo prestígio histórico.

Hoje, você encontra exemplares bem conservados por valores entre R$ 40.000 e R$ 70.000, dependendo da versão e do estado.


A visão dos colecionadores

Embora não seja tão valorizado, o Monza venezuelano chama a atenção de quem adora raridades. Um dos colecionadores mais conhecidos, Alexandre Badolato, tem vários exemplares, incluindo um S/R azul esportivo.

Ele destaca que muitos componentes têm a inscrição “hecho en Venezuela”, mostrando o caráter único do carro. E que, em termos de conforto, esse modelo oferecia muito mais do que o brasileiro.

Ainda assim, mesmo para colecionadores, ele não é exatamente considerado um santo graal of the automotive industry.


O que torna o Monza venezuelano especial

Se você ama carros antigos, o Monza venezuelano pode não ser o mais valioso, mas é, sem dúvida, um dos mais interessantes. Ele simboliza um momento em que:

  • A indústria automotiva da Venezuela ainda tinha força.
  • O Brasil ainda estava sob restrições de importação.
  • A General Motors teve que se virar para escoar seus produtos.
  • Os brasileiros tiveram acesso a um carro proibido, mas que trouxe tecnologias novas para o mercado.

Conclusão: o Monza venezuelano é um pedaço da nossa história

Imagem: Reprodução

In the end, the Chevrolet Monza venezuelano pode não ser o carro mais desejado ou o mais caro entre os colecionadores. Mas ele, com certeza, é um capítulo único na história automotiva brasileira e latino-americana.

Como você viu, tinha mais conforto, tecnologia e equipamentos que o Monza nacional, mas chegou num momento complicado, acabou encalhando na Venezuela e sendo vendido no Brasil de maneira exceptional.

Hoje em dia, achar um exemplar bem conservado não é fácil, mas também não é impossível. E se você se deparar com um desses, saiba que está ante um carro que, mesmo sem grande fama, carrega uma história fascinante e inusitada.

O Monza venezuelano não é só um carro. É um lembrete de como a indústria se adapta, de como os mercados mudam e de como até os carros “proibidos” podem se tornar relíquias históricas.

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